sexta-feira, novembro 14

Ostradamus #2

Quando Jaime José de Barcelos começou os trabalhos como idealizador, dono e chef do famoso Ostradamus, restaurante de 16 anos, localizado no Ribeirão da Ilha, veio na primeira fatura do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do estabelecimento a seguinte frase: "Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito", de Aristóteles. "Eu guardo essa frase tanto para minha vida profissional quanto pessoal", lembra Jaime.

"A necessidade cria vocação, eu só fiz o lógico: eliminei todos os problemas para alcançar o sucesso", explica. Além de contar com esforço e perfeccionismo, Jaime sempre tratou todos com muita simpatia. Ao ser questionado sobre plano B, é categórico: "Não havia plano B, por isso deu certo. Eu não tinha nada a perder indo atrás do meu sonho, fui lá e fiz". A comunidade antiga do local era um dos desafios a serem vencidos. "Eles reclamavam muito do movimento repentino, diziam que meu restaurante havia tirado o sossego deles. Fizeram até um abaixo assinado, dificultavam, boicotavam e criavam milhares de dificuldades para o público não vir até aqui. Mas tudo melhorou quando comprei um terreno baldio e coloquei um estacionamento exclusivo para clientes, pois até placas de proibido estacionar eles colocavam perto dos carros".

Superadas as dificuldades iniciais com os vizinhos, Jaime passou a ter outra preocupação: a conscientização com os produtos utilizados no restaurante. "Eu fiquei meses pesquisando as melhores formas de ter uma cozinha e um local que não fizessem mal ao meio ambiente, que contribuíssem com projetos de sustentabilidade. Além do básico de não utilizar material de plástico, tratar a própria água etc. Nós não usamos gordura vegetal - que agride também a saúde do cliente, vendemos a louça quebrada com desenhos de lembrança ao invés de jogarmos fora, colocamos a casca da ostra no estacionamento ao invés de pedrinhas, e toda comida que sobra vai para um criadouro de porcos".

A louça quebrada é vendida na lojinha Tens Tempo Istepô, do restaurante, que fica do outro lado da rua. Só atenção: a vendinha fecha às 8pm

Na loja também tem doces típicos de Portugal, lembrancinhas e até as cachaças criadas pelo Jaime

Detalhes do interior da loja. Acima um Deus sendo servido de vinho, e abaixo uma homenagem aos funcionários do restaurante


Área externa da loja

Vamos falar sobre o que importa: comida!

Como entrada, o Ostradamus recomenda a Degustação de Ostras, que ultrapassa mais de 20 sabores, dentre estes, in natura, ao bafo, gratinada, vinagrete e as opções mais elaboradas com queijos selecionados e outras mais exóticas.


Pérola Negra

Grana Padano

Do Mecânico

Das Antigas

Porto Solis

Gratinada

Ceviche de Ostras

Alho e Óleo


O maior sucesso do lugar, obviamente, é a ostra, que é tratada com a importância que merece na fazenda de frutos do mar própria do restaurante. De lá, ela vai para um depurador feito com a ajuda de um biólogo. "Tive a ideia de colocar um depurador para as ostras no restaurante depois de conversar com um cliente em São Paulo, ele disse que havia visto o depurador na Nova Zelândia. O sistema que ele utiliza para filtrar a água salgada é simples, mas dá trabalho de manter, e o custo de manutenção é alto. Porém, o que mais importa é que ninguém nunca comeu ostra aqui e passou mal. O nosso controle sobre o que o cliente está ingerindo é absoluto".

Ostras no depurador

Pratos mais vendidos:

Arrombassi Istepô - Os nomes criados por Jaime para os pratos são uma brincadeira com o dialeto local

Sinfonia dos Náufragos. Os pratos exóticos também são ideias do próprio Jaime, que se vira - e muito bem, mesmo sem um diploma de gastronomia 

Temperatura do polvo sendo medida. O ponto deve ser exato

Polvo da Andréia

Polvo alho e olho

Lula

Siri mole

Camarão Pistolado ao Bafo

Camarão Alho e Óleo

Batata crocante

Pastel de Camarão

Tortinha de ostra

Tradicional pirão

Prato infantil, Dedinho do Nemo

As cachaças produzidas pelo próprio Jaime desde 2006 também são famosas no restaurante.





"O sucesso de um restaurante é isso, é uma junção de pequenos prazeres que os próprios clientes proporcionam ao chef. Tem gente que vem de carro de Curitiba só para almoçar aqui e depois voltar para casa. A melhor terapia para mim é abrir as portas do restaurante todos os dias", afirma Jaime.

Horário de funcionamento: De terça a sábado, das 11h30 às 23h. Domingo, das 12h às 18h.
Telefone: 048 3337-5711

quarta-feira, novembro 12

Ostradamus #1

"A simples pergunta: 'a comida estava boa?', vindo do chef, já surpreende o cliente. E isso é fazer a diferença, é estudar o paladar dos fregueses para poder agradar", afirma Jaime José de Barcelos, dono, chef e idealizador do famoso Ostradamus, restaurante especializado em frutos do mar, localizado no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, em atividade desde 1998. "São gestos pequenos que fazem a diferença: oferecer um café após a refeição, sempre investir em novidades, cozinhar com paixão... E se a pessoa não gostou do prato, ela me chama, a gente conversa, ela não paga e volta outra vez para ver se está melhor".

Quem tem coragem de dizer que não gostou do prato?

Até a salada parece apetitosa! ♥

As mesas do restaurante levam o cliente até o mar

Nativo do Ribeirão, Jaime começou a vida com uma oficina mecânica de automóveis na região. Em 1997, depois de muitos anos na sujeira e no stress do local de trabalho, resolveu que ficaria seis meses vivendo apenas da pesca. "A ideia maluca me veio porque minha família é muito próxima do mar. Minha mãe e minha avó sempre cozinharam muitos frutos do mar devido à localização, e meu irmão mais velho pescava bastante", explica. Quando Jaime voltou da pesca, transformou a oficina em lanchonete, oferecendo sorvetes, caldo de cana, água de coco e cachorro quente. "A região carecia desse tipo de negócio", lembra. Daí foi um pulo para a abertura do Ostradamus. "Eu percebi que os turistas vinham de dezembro até o final de fevereiro, e depois ficava tudo absolutamente vazio. Eu quis investir nisso, eu quis chamar a atenção para essa parte da cidade".

Mensagem fica logo acima dos pedidos na cozinha, para não esquecer!

"Até hoje eu moro na esquina do restaurante, mas antigamente o lugar ficava literalmente ao lado de nossa cozinha, tudo era preparado ali com nossa própria louça. E mesmo sem cardápio servimos muitas ostras assim que abrimos o restaurante. Acredito que o sucesso foi uma conseqüência da nossa boa intenção, do nosso esforço e da confiança garantida pela clientela. Eu estava disposto a aceitar o desafio de abrir o negócio e ir até o fim. A maioria dos estabelecimentos perde a essência depois de anos. Nós não perdemos nossa característica, nossa identidade regionalista em momento algum", garante.

Na entrada do restaurante tem algumas amiguinhas para receber as visitas

O ambiente é cheio de referências "manezinhas da ilha", como tarrafas, figuras folclóricas e redes para cultivo de marisco



"O legal do processo todo é que foi feito sem pretensão alguma. Eu fui seguindo meu instinto o tempo inteiro", afirma Jaime. Ocorreram muitas mudanças no restaurante durante os 16 anos de atividade, mas algumas ideias não foram deixadas de lado, como o conhecimento sobre frutos do mar e a roupa de marinheiro dos garçons, a permanência dos cozinheiros mais antigos e a tradicional indicação boca-a-boca. "O primeiro almoço que servimos de fato foi no dia 17 de outubro de 1998, o restaurante tinha dez mesas de plástico, e o movimento foi bom de imediato", lembra.

Garçons vestidos de marinheiro são tradição do Ostradamus

Querendo melhorar sempre, todos os dias Jaime recebeu críticas e elogios, o que o levou a viajar frequentemente para descobrir novos paladares, novas tendências, técnicas de cozinha e pratos elaborados. "Apesar de viajar bastante, minhas grandes inspirações e referências são chefs locais como Sônia Jendiroba, Zeca D'Acâmpora e Jonas Pacheco".

Foi após muitas viagens e muitas pesquisas que Jaime começou a cultivar ostras. "Nessa altura eu já tinha a mecânica como hobby, o que eu queria mesmo era a especialização em ostras, que são ótimas nessa região do Ribeirão".

Horário de funcionamento: De terça a sábado, das 11h30 às 23h. Domingo, das 12h às 18h.
Telefone: 048 3337-5711

O restaurante também é muito famoso pela carta de vinhos, "cada comida pede um tipo diferente da bebida, por isso nossa variedade é bem grande", explica Jaime

Fachada do restaurante

sexta-feira, novembro 7

Döll #2

Atualmente o Döll, restaurante de 34 anos, localizado no centro de Florianópolis, conta com comida fresca, lanchonete, café e doces. A parte do buffet do restaurante fechou em 2012. "Foi uma escolha nossa", explica Alessia Zuppello, gerente e sócia do lugar. "Realmente queríamos expandir muito a loja e não estávamos dando conta. Precisávamos focar no empório, que é o nosso forte".

Sanduíches integrais

Empório


Café orgânico

Os doces, aliás, são famosos na cidade pelas opções incrivelmente deliciosas. Eles são feitos com farinha integral, açúcar mascavo, não têm glúten e nem lactose! Agora é possível amar doces e continuar sendo saudável, sim! ♥

"A nossa confeiteira, Narcisa Checluski, trabalha aqui conosco há uns seis anos. As receitas dela são incríveis, ninguém consegue fazer nem parecido", comenta Alessia.

Tortinha de amendoim. Amor à primeira vista!

Tortinha de morango

Tortinha de chocolate especial

Tortinha com damasco

Torta inteira de ameixas

A famosa cuca de banana integral

E também tem a tradicional salada de frutas

"No geral, o prato que mais vendemos é o quiche. Temos uma porção de sabores, mas o mais pedido é o de alho poró com ricota. Já o doce mais vendido é a torta de banana".

Quiche de alho poró com ricota (absurdamente divino) e suco natural de laranja feito na hora ♥♥♥

"Claro que não basta ter apenas o corpo e o estômago saudáveis, também precisamos ter um mundo, uma mente plena e limpa. Temos a preocupação de manter o espaço todo pensando na sustentabilidade. Todas as nossas sacolas e embalagens são biodegradáveis, por exemplo. Utilizamos louça aqui, nada de pratos e copos descartáveis".


Outra famosa do Döll é a cerveja de abacaxi! Ela é feita e preparada especialmente pensando nos "naturebas" que gostam da bebida


O Döll tem outras lojas pela capital catarinense. Vocês podem achá-lo no Floripa Shopping (localizado na SC-401), no bairro Trindade e em Balneário Camboriú, cidade próxima da capital catarinense.

Horário de funcionamento: De segunda a sexta, das 9h às 19h. Sábado, das 9h às 13h.
Telefone: 048 3223-5290