"A simples pergunta: 'a comida estava boa?', vindo do chef, já surpreende o cliente. E isso é fazer a diferença, é estudar o paladar dos fregueses para poder agradar", afirma Jaime José de Barcelos, dono, chef e idealizador do famoso Ostradamus, restaurante especializado em frutos do mar, localizado no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, em atividade desde 1998. "São gestos pequenos que fazem a diferença: oferecer um café após a refeição, sempre investir em novidades, cozinhar com paixão... E se a pessoa não gostou do prato, ela me chama, a gente conversa, ela não paga e volta outra vez para ver se está melhor".
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Quem tem coragem de dizer que não gostou do prato? |
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Até a salada parece apetitosa! ♥ |
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As mesas do restaurante levam o cliente até o mar |
Nativo do Ribeirão, Jaime começou a vida com uma oficina mecânica de automóveis na região. Em 1997, depois de muitos anos na sujeira e no stress do local de trabalho, resolveu que ficaria seis meses vivendo apenas da pesca. "A ideia maluca me veio porque minha família é muito próxima do mar. Minha mãe e minha avó sempre cozinharam muitos frutos do mar devido à localização, e meu irmão mais velho pescava bastante", explica. Quando Jaime voltou da pesca, transformou a oficina em lanchonete, oferecendo sorvetes, caldo de cana, água de coco e cachorro quente. "A região carecia desse tipo de negócio", lembra. Daí foi um pulo para a abertura do Ostradamus. "Eu percebi que os turistas vinham de dezembro até o final de fevereiro, e depois ficava tudo absolutamente vazio. Eu quis investir nisso, eu quis chamar a atenção para essa parte da cidade".
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Mensagem fica logo acima dos pedidos na cozinha, para não esquecer! |
"Até hoje eu moro na esquina do restaurante, mas antigamente o lugar ficava literalmente ao lado de nossa cozinha, tudo era preparado ali com nossa própria louça. E mesmo sem cardápio servimos muitas ostras assim que abrimos o restaurante. Acredito que o sucesso foi uma conseqüência da nossa boa intenção, do nosso esforço e da confiança garantida pela clientela. Eu estava disposto a aceitar o desafio de abrir o negócio e ir até o fim. A maioria dos estabelecimentos perde a essência depois de anos. Nós não perdemos nossa característica, nossa identidade regionalista em momento algum", garante.
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Na entrada do restaurante tem algumas amiguinhas para receber as visitas |
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O ambiente é cheio de referências "manezinhas da ilha", como tarrafas, figuras folclóricas e redes para cultivo de marisco |
"O legal do processo todo é que foi feito sem pretensão alguma. Eu fui seguindo meu instinto o tempo inteiro", afirma Jaime. Ocorreram muitas mudanças no restaurante durante os 16 anos de atividade, mas algumas ideias não foram deixadas de lado, como o conhecimento sobre frutos do mar e a roupa de marinheiro dos garçons, a permanência dos cozinheiros mais antigos e a tradicional indicação boca-a-boca. "O primeiro almoço que servimos de fato foi no dia 17 de outubro de 1998, o restaurante tinha dez mesas de plástico, e o movimento foi bom de imediato", lembra.
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Garçons vestidos de marinheiro são tradição do Ostradamus |
Querendo melhorar sempre, todos os dias Jaime recebeu críticas e elogios, o que o levou a viajar frequentemente para descobrir novos paladares, novas tendências, técnicas de cozinha e pratos elaborados. "Apesar de viajar bastante, minhas grandes inspirações e referências são chefs locais como Sônia Jendiroba, Zeca D'Acâmpora e Jonas Pacheco".
Foi após muitas viagens e muitas pesquisas que Jaime começou a cultivar ostras. "Nessa altura eu já tinha a mecânica como hobby, o que eu queria mesmo era a especialização em ostras, que são ótimas nessa região do Ribeirão".
Horário de funcionamento: De terça a sábado, das 11h30 às 23h. Domingo, das 12h às 18h.
Telefone: 048 3337-5711
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O restaurante também é muito famoso pela carta de vinhos, "cada comida pede um tipo diferente da bebida, por isso nossa variedade é bem grande", explica Jaime |
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Fachada do restaurante |