Quando Jaime José de Barcelos começou os trabalhos como idealizador, dono e chef do famoso Ostradamus, restaurante de 16 anos, localizado no Ribeirão da Ilha, veio na primeira fatura do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do estabelecimento a seguinte frase: "Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito", de Aristóteles. "Eu guardo essa frase tanto para minha vida profissional quanto pessoal", lembra Jaime.
"A necessidade cria vocação, eu só fiz o lógico: eliminei todos os problemas para alcançar o sucesso", explica. Além de contar com esforço e perfeccionismo, Jaime sempre tratou todos com muita simpatia. Ao ser questionado sobre plano B, é categórico: "Não havia plano B, por isso deu certo. Eu não tinha nada a perder indo atrás do meu sonho, fui lá e fiz". A comunidade antiga do local era um dos desafios a serem vencidos. "Eles reclamavam muito do movimento repentino, diziam que meu restaurante havia tirado o sossego deles. Fizeram até um abaixo assinado, dificultavam, boicotavam e criavam milhares de dificuldades para o público não vir até aqui. Mas tudo melhorou quando comprei um terreno baldio e coloquei um estacionamento exclusivo para clientes, pois até placas de proibido estacionar eles colocavam perto dos carros".
Superadas as dificuldades iniciais com os vizinhos, Jaime passou a ter outra preocupação: a conscientização com os produtos utilizados no restaurante. "Eu fiquei meses pesquisando as melhores formas de ter uma cozinha e um local que não fizessem mal ao meio ambiente, que contribuíssem com projetos de sustentabilidade. Além do básico de não utilizar material de plástico, tratar a própria água etc. Nós não usamos gordura vegetal - que agride também a saúde do cliente, vendemos a louça quebrada com desenhos de lembrança ao invés de jogarmos fora, colocamos a casca da ostra no estacionamento ao invés de pedrinhas, e toda comida que sobra vai para um criadouro de porcos".
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A louça quebrada é vendida na lojinha Tens Tempo Istepô, do restaurante, que fica do outro lado da rua. Só atenção: a vendinha fecha às 8pm |
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Na loja também tem doces típicos de Portugal, lembrancinhas e até as cachaças criadas pelo Jaime |
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Detalhes do interior da loja. Acima um Deus sendo servido de vinho, e abaixo uma homenagem aos funcionários do restaurante |
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Área externa da loja |
Vamos falar sobre o que importa: comida!
Como entrada, o Ostradamus recomenda a Degustação de Ostras, que ultrapassa mais de 20 sabores, dentre estes, in natura, ao bafo, gratinada, vinagrete e as opções mais elaboradas com queijos selecionados e outras mais exóticas.
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Pérola Negra |
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Grana Padano |
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Do Mecânico |
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Das Antigas |
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Porto Solis |
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Gratinada |
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Ceviche de Ostras |
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Alho e Óleo |
O maior sucesso do lugar, obviamente, é a ostra, que é tratada com a importância que merece na fazenda de frutos do mar própria do restaurante. De lá, ela vai para um depurador feito com a ajuda de um biólogo. "Tive a ideia de colocar um depurador para as ostras no restaurante depois de conversar com um cliente em São Paulo, ele disse que havia visto o depurador na Nova Zelândia. O sistema que ele utiliza para filtrar a água salgada é simples, mas dá trabalho de manter, e o custo de manutenção é alto. Porém, o que mais importa é que ninguém nunca comeu ostra aqui e passou mal. O nosso controle sobre o que o cliente está ingerindo é absoluto".
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Ostras no depurador |
Pratos mais vendidos:
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Arrombassi Istepô - Os nomes criados por Jaime para os pratos são uma brincadeira com o dialeto local |
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Sinfonia dos Náufragos. Os pratos exóticos também são ideias do próprio Jaime, que se vira - e muito bem, mesmo sem um diploma de gastronomia |
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Temperatura do polvo sendo medida. O ponto deve ser exato |
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Polvo da Andréia |
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Polvo alho e olho |
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Lula |
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Siri mole |
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Camarão Pistolado ao Bafo |
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Camarão Alho e Óleo |
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Batata crocante |
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Pastel de Camarão |
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Tortinha de ostra |
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Tradicional pirão |
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Prato infantil, Dedinho do Nemo |
As cachaças produzidas pelo próprio Jaime desde 2006 também são famosas no restaurante.
"O sucesso de um restaurante é isso, é uma junção de pequenos prazeres que os próprios clientes proporcionam ao chef. Tem gente que vem de carro de Curitiba só para almoçar aqui e depois voltar para casa. A melhor terapia para mim é abrir as portas do restaurante todos os dias", afirma Jaime.
Horário de funcionamento: De terça a sábado, das 11h30 às 23h. Domingo, das 12h às 18h.
Telefone: 048 3337-5711
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